Prefiro
rosas meu amor à pátria
Prefiro rosas, meu amor, à pátria,
E antes magnólias amo
Que a glória e a virtude
Logo que a vida me não canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo
Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre
Se cada ano com a primavera
As folhas aparecem
E com o Outono cessam
E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam à vida,
Que me aumentam na alma?
Nada, salvo o desejo de indiferença
E a confiança mole
Na hora fugitiva.
E antes magnólias amo
Que a glória e a virtude
Logo que a vida me não canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo
Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre
Se cada ano com a primavera
As folhas aparecem
E com o Outono cessam
E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam à vida,
Que me aumentam na alma?
Nada, salvo o desejo de indiferença
E a confiança mole
Na hora fugitiva.
Analise
Neste poema podemos encontrar as linhas da filosofia de vida:
-A recusa do esforço(da pratica, /da gloria e da/ virtude)
-A demissão da vida e ataraxia/(Procura de felicidade com tranquilidade)
-A indiferença
-A aceitação de precariedade da vida.
O próprio ritmo da natureza “ensina” o sujeito a “olhar” a vida como
simples / espectador.
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do
rio
Vem
sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente
fitemos o seu curso e aprendamos
Que
a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos
as mãos.)
Depois
pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa
e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai
para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais
longe que os deuses.
Desenlacemos
as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer
gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais
vale saber passar silenciosamente
E
sem desassossegos grandes.
Sem
amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem
invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem
cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E
sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos
tranquilamente, pensando que podíamos,
Se
quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas
que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo
correr o rio e vendo-o.
Colhamos
flores, pega tu nelas e deixa-as
No
colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este
momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos
inocentes da decadência.
Ao
menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem
que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque
nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem
fomos mais do que crianças.
E
se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio*,
Eu
nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás
suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã
triste e com flores no regaço.
Analise
Pode-se perceber que na 1ª e 2ª estrofes, há um desejo epicurista de
fruir o momento presente. Nota-se, também, a aceitação das leis do destino.
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