A Acão principal d' Os Maias, desenvolve-se segundo os moldes da tragédia clássica -
peripécia, reconhecimento e catástrofe. A peripécia verificou-se com o
encontro casual de Maria Eduarda com Guimarães; com as revelações casuais do
Guimarães a Ega sobre a identidade de Maria Eduarda; e com as revelações a
Carlos e Afonso da Maia também, sobre a identidade de Maria Eduarda. O
reconhecimento, acarretado pelas revelações do Guimarães, torna a relação entre
Carlos e Maria Eduarda uma relação incestuosa, provocando a catástrofe
consumada pela morte do avô; a separação definitiva dos dois amantes; e as
reflexões de Carlos e Ega
Acão Secundária
Pedro da Maia conhece Maria Monforte por quem se apaixona
violentamente e com quem casa, contra a vontade do pai. De repente, a
felicidade de Pedro acaba, quando Maria Monforte foge com Tancredo, um
napolitano por quem se enamora, levando consigo a filha Maria Eduarda. Pedro,
desesperado, dirige-se para o Ramalhete e, após contar tudo ao pai, suicida-se,
deixando o seu filho Carlos a Afonso.
Espaço(físico,
psicológico e social)
Espaço Físico
A maior parte da narrativa passasse em Portugal, mais
concretamente em Lisboa e arredores.
É em Lisboa que se dão os acontecimentos que levam Afonso
da Maia ao exílio; é em Lisboa que sucedem os acontecimentos essenciais da vida
de Pedro da Maia; e é também lá que decorre a vida de Carlos que justifica o
romance - a sua relação incestuosa com a
irmã.
O estrangeiro surge-nos como um recurso para resolver
problemas. Afonso exila-se em Inglaterra para fugir à intolerância Miguelista;
Pedro e Maria vivem em Itália e em Paris devido à recusa deste casamento pelo
pai de Pedro. Maria Eduarda segue para Paris quando descobre a sua relação
incestuosa com Carlos. O próprio resolve a sua vida falhada com a fixação
definitiva em Paris.
Deve referir-se como importante espaço exterior Sintra,
palco de vários encontros, quer relativos à crónica de costumes, quer à relação
amorosa dos protagonistas.
Espaço Social
O espaço social
comporta os ambientes (jantares, chás, soirés, bailes, espectáculos), onde
atuam as personagens que o narrador julgou melhor representarem a sociedade por
ele criticada - as classes dirigentes, a alta aristocracia e a burguesia.
Destacamos o jantar
do Hotel Central, os jantares em casa dos Gouvarinho, Santa Olávia, a Toca, as
corridas do Hipódromo, as reuniões na redação d' A Tarde, o Sarau
Literário no Teatro da Trindade - ambientes fechados de preferência, por razões
de elitismo.
O espaço social
cumpre um papel puramente crítico.
O espaço psicológico é constituído pela consciência das
personagens e manifesta-se em momentos de maior densidade dramática. É
sobretudo Carlos, que desvenda os labirintos da sua consciência. Ocupando
também Ega, um lugar de relevo. Destacamos, como espaço psicológico, o
sonho de Carlos no qual evoca a figura de Maria Eduarda; nova evocação dela em
Sintra; reflexões de Carlos sobre o parentesco que o liga a Maria Eduarda;
visão do Ramalhete e do avô, após o incesto; contemplação de Afonso morto, no
jardim.
Quanto a Ega, reflexões e inquietações após a descoberta
da identidade de Maria
Eduarda.
Tempo (do discurso e
da Historia)
Tempo do discurso
Na obra, o discurso inicia-se no Outono de 1875, data em que
Carlos, concluída a sua viagem de um ano pela Europa, após a formatura, veio,
com o avô, instalar-se definitivamente em Lisboa.
Tempo histórico
Do Outono de 1875 a Janeiro de 1877 - data em que Carlos abandona o Ramalhete - existe uma tentativa para que o tempo histórico (pouco mais de um ano da vida de Carlos) seja idêntico ao tempo do discurso - cerca de 600 páginas - para tal Eça serve-se muitas vezes da cena dialogada.
Narrador
O narrador é heterodiegético, ou seja, não é uma
personagem histórica.
Assume geralmente uma atitude de observador
Elementos Simbólicos
O Ramalhete;
A Toca;
Santa Olávia simboliza a vida e a regeneração dos dois
varões da família;
Sintra nela se representa a beleza paradisíaca
Lisboa nela esta simbolizada a decadência nacional, onde se
destaca a estatua de camões
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